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quarta-feira, 19 de abril de 2017

A eclosão e fragmentação do Acary (1833-1953)

Por Cicero José de Araujo* 


Desde sua emancipação politica em 1833, ou seja, quando tornou-se um município com prerrogativas politico-administrativas, Acari teve seu território dividido, demarcado e fragmentado varias vezes.

A primeira divisão consta no artigo II da Lei Provincial nº 16 de 18 de março de 1835., a segunda nº 364 de 30 de Julho de 1858, a terceira nº 469 de 28 de 1860, depois nº 734 de 13 de agosto de 1875 e depois nº 825 de 20 de dezembro de 1877. nº 59 de 15 de outubro de 1890 e por ultimo nº 62 de 20 de outubro de 1890. Todas essas leis dividiram ou fragmentaram o território do Acari dando origem a outros municípios como por exemplo Jardim do Seridó, Currais Novos e Florânia.

Já em meados do seculo XX, mais precisamente em 1953, o Acari seria novamente fragmentado dando origem as cidades de Carnaúba dos Dantas e Cruzeta. 


*Cicero José de Araujo é historiador e pesquisador acariense. 

terça-feira, 11 de abril de 2017

A emancipação politica e a criação da Villa do Acary


Por Cícero José de Araújo Silva (Historiador)

O século XIX pode ser considerado como o da urbanização na Província do Rio Grande do Norte. A frágil rede urbana, que perdurou até meados do século XVIII, agora, dava sinais e indícios de um crescimento considerável. Se até 1750, a capitania possuía apenas uma cidade, Natal, nos anos 1800 essa situação começou a mudar. Até o fim do século XIX, a província possui 14 municípios, sendo 03 cidades e 11 vilas. Esse panorama permite-nos afirmar que, de maneira geral, o Rio Grande do Norte passava por um processo de desenvolvimento e urbanização uma vez que o município é desmembrado em outras unidades territoriais, quando essas alcançam certo grau de povoamento e ocupação.. A fundação de vilas fazia parte do projeto de urbanização do período provincial, expandir o território por meio da atração das pessoas e centralização do comércio.

O município de Acari foi criado pelo Presidente da Província em de 11 de abril de 1833. Esta criação foi aprovada pela Lei Provincial de 18 de março de 1835.
Sobre as denominações das aglomerações urbanas referentes à municipalidade, que vigoravam na colônia e império, pode-se citar, a povoação, a vila e, por último, a cidade. O termo vila refere-se ao centro de uma jurisdição territorial, sendo a sede do município, com implicações político-administrativas. Nos dias atuais, o termo vila é normalmente usado para nomear pequenas localidades geralmente ocupadas por pessoas de baixa renda.
Recebido o título de vila, uma das primeiras medidas impostas por lei foi a construção da Casa de Câmara e Cadeia. Este edifício era geralmente de dois andares, o térreo servia como prisão local e o superior, como o conselho da Câmara. 

A vila era o núcleo de um território, a sede do município, exigindo como prerrogativas possuir uma sede para o poder municipal, ou a Casa de Câmara e Cadeia. Em 1838, a sede da administração local do Acari já estava de pé, construída em pedra e barro por Tomaz de Araújo. Em um discurso, do mesmo ano, o presidente da província João Valentino Dantas Pinajé diz que, “[...] A Cadeia da Villa do Acari posso affirmar-vos, quehe nova, e ainda não apresenta ruina [...]” (HARTNESS, 1838, p. 32). Não encontramos fontes documentais que forneçam informações sobre o local da primeira Cadeia. Em fins dos anos 1860 o prédio estava em ruínas e abandonado.

É possível que a construção tenha sido usada somente como cadeia, já que as laterais da Igreja do Rosário, construídas em 1840 por Tomaz de Araújo, aparecem como sendo lugar de reuniões para tratar de assuntos políticos e da administração pública, nos anos 1840 e 1850. 
A nova Casa de Câmarae Cadeia de Acari começou a ser construída em 1878 e foi concluída em 1887. Sua fachada foi inspirada na arquitetura neoclássica. Pedra e tijolos foram os materiais usados nas paredes, denotando maior apuro técnico-construtivo, estilístico e melhoria no setor da construção civil. Na fase final da construção do edifício, por volta de 1885, um arquiteto aparece sendo contratado pela Câmara para trabalhar na obra, podemos imaginar que o mesmo foi o encarregado das questões estilísticas da fachada do prédio. 

As pessoas que aparecem como trabalhadores na obra são: Paulino José de Maria (arquiteto), Manoel Joaquim da Silva (pedreiro), Joaquim Ignacio da Silva (pedreiro) Manuel Pedro de Azevedo (pedreiro) e Manoel Antonio Dantas (carpina).
Durante todo o período colonial e no império, edifícios, como a Casa de Câmara e Cadeia, ocupavam lugar privilegiado no espaço das aglomerações. Eram o símbolo do poder secular e sempre se localizavam na praça central, o que nos leva a crer que a primeira sede de Acari tenha sido erguida em algum lugar no centro da vila. A segunda sede, como já mencionado, foi construída já em fins do século XIX, próximo ao alvorecer da República. A segunda Casa de Câmara e Cadeia foi certamente construída fora dos limites urbanos e logo se transformaria em intendência.

sábado, 1 de abril de 2017

Histórico dos Tropeiros pelo Museu de Acari


Até a década de 1960, quando ainda era muito pequena a quantidade de automóveis e de caminhões em nossos municípios, e quando ainda não havia um sistema de abastecimento de água encanada em nosso Acari e na maioria das cidades nordestinas, as mercadorias eram todas transportadas no lombo de tropas de jumentos, que utilizavam alguns implementos apropriados para cada tipo de mercadoria, e que eram conduzidas por profissionais conhecidos como tropeiros.

Um jumento carregava em média uma carga líquida de 100 kg, e todos os implementos eram confeccionados para acomodar aproximadamente 50 kg de cada lado.

O implemento principal, que ia sobre o lombo do jumento, era a cangalha, formada por uma esteira grossa, com aproximadamente 12 cm de espessura, confeccionada em palha de bananeira e protegida nas extremidades com tecido de algodão e couro curtido, sobre a qual era colocada uma estrutura de madeira, conhecida pelo nome de pau de cangalha, composta de duas forquilhas invertidas, ligadas por meio de duas travessas, também de madeira, enervadas com corro cru. Na parte superior do pau de cangalha, haviam dois cabeçotes, destinados a segurar as alças dos implementos. Sobre o pau de cangalha, era colocada uma capa de aproximadamente cinco cm de espessura, conhecida pelo nome de capa da cangalha, confeccionada em palha de bananeira e sobre esta uma capa de couro curtido. A cangalha era preza ao jumento por meio de uma cinta estreita de couro curtido, na altura da barriga do animal e outra cinta mais larga, também de couro curtido, que passava pela garupa do jumento, conhecida pelo nome de rabichola, que possuía a função de não permitir a cangalha escorregar para frente durante as decidas íngremes.

Fonte: Cilene Silva - Coordenadora do Museu Histórico de Acari 

sexta-feira, 24 de março de 2017

Cícero, o historiador que está escrevendo o Acary antigo nas páginas da história


Gostaríamos de enaltecer e parabenizar o historiador acariense Cícero José de Araújo, por todo seu trabalho que vem desenvolvendo sobre a história de sua cidade, Acari e também  da Região do Seridó. Suas pesquisas sobre a história urbana de Acari vem revelando uma cidade riquíssima em fatos históricos, e ele nos tem presenteado com os resultados de suas importantes pesquisas, trazendo o Acary antigo para os acarienses do presente. Parabéns,  o povo acariense deve se orgulhar de possuir um profissional de sua competência.

OBS: O nosso blog tem a missão social de divulgar e enaltecer o trabalho daqueles que dedicam a sua vida para a preservação da história de seu povo, por isso novamente desejamos todo o sucesso ao amigo Historiador Cícero José, que continue com seu brilhante trabalho.